Você já deve ter passado por uma situação similar a que vou descrever: logo após o almoço, você vai até o banheiro da empresa para fazer a sua higiene bucal e, de repente, um pouco de pasta de dente escapa da sua boca e cai na sua blusa. Desesperado, você molha e esfrega levemente a blusa na esperança de que a mancha desapareça, apenas para ficar ainda mais frustrado ao descobrir que mesmo depois de alguns minutos de limpeza, a mancha ainda está visível. Você sai do banheiro com a certeza de que todo mundo que passar por você vai notar aquela mancha horrível. Será mesmo?

Gerado com IA ∙ 12 de março de 2024 às 10:40 AM
Em 1998, os cientistas Thomas Gilovich da Universidade Cornell, Kenneth Savitsky da Williams College e Victoria Medvec da Universidade Northwestern, decidiram testar essa hipótese. Os pesquisadores convocaram participantes que, ao chegar no laboratório, eram encaminhados para uma sala de reuniões e colocados para sentar-se em uma mesa longa. Propositalmente, os cientistas colocaram todas as cadeiras no mesmo lado da mesa, assim, todos os participantes se sentavam de frente para a porta que dava acesso à sala. Em seguida, os participantes eram solicitados a preencher alguns formulários para a pesquisa. O truque que os cientistas usaram neste experimento, foi convocar um dos participantes para chegar cinco minutos depois do grupo.
Esse participante, o qual os cientistas nomearam como participante-alvo, chegava por uma parte diferente do laboratório, era informado por um assistente que o experimento aconteceria em uma outra sala e então, era solicitado a trocar de camiseta. A camiseta que o participante-alvo deveria vestir, estampava o rosto do cantor “brega” Barry Manilow, compositor do hit “Mandy.” Em uma pesquisa teste que os cientistas realizaram antes do experimento, os estudantes da Cornell entrevistados disseram que ficariam envergonhados em vestir tal camiseta: era exatamente isso que Gilovich e seus colegas queriam provocar.

Barry Manilow – Créditos: Mubi
Sem protesto, o participante-alvo vestia a camiseta. O assistente então encaminhava o participante-alvo até a sala onde os outros participantes estavam preenchendo formulários e pedia para que ele batesse na porta para ser atendido por outro assistente, o qual daria seguimento ao experimento. Ao entrar na sala, o assistente encaminhava o participante-alvo para sentar-se em uma cadeira no lado vazio da mesa, portanto, ele ficava de frente para os demais participantes. No entanto, quando o participante-alvo estava prestes a se sentar, o assistente murmurava algo e dizia ao participante-alvo que tinha pensado melhor e que como os demais estavam adiantados no preenchimento dos formulários, era melhor ele esperar um pouco no lado de fora da sala. O participante-alvo era então abordado pelo primeiro assistente no corredor, que o informava que o experimento estava investigando a “memória acidental” das pessoas, ou seja, a memória delas a fatos aos quais não foram solicitadas a prestar a atenção. O assistente então perguntava ao participante-alvo a sua estimativa de quantas pessoas na sala diriam com precisão quem era o cantor ilustrado em sua camiseta. Já o assistente da sala, perguntava individualmente para cada participante se eles lembravam quem estava ilustrado na camiseta do participante-alvo. O que aconteceu foi nada menos do que impressionante!
Assim como a maioria das pessoas acredita que uma mancha de pasta de dente na blusa não passará despercebida pelas demais, os participantes vestindo camisetas do Barry Manilow também imaginavam que muitas pessoas na sala iriam notar a estampa do cantor brega. Os quinze participantes-alvo desse experimento acreditavam que, em média, aproximadamente 50% dos participantes na sala notariam a camiseta do cantor brega – Oh, Mandy, eles estavam tremendamente errados! Os cientistas revelaram que as estimativas dos participantes-alvo em relação a quantidade de pessoas que lembraram da camiseta eram duas vezes maiores em relação com a quantidade de participantes que de fato perceberam o cantor na camiseta. Ou seja, os participantes-alvo acreditavam que aproximadamente metade das pessoas na sala notariam a camiseta do Barry Manilow, enquanto apenas 25% delas notaram.

Gilovich, T., Medvec, V. H., & Savitsky, K. (2000).
Estatísticas similares foram encontradas quando os participantes-alvo vestiam camisetas de personalidades que eram admirados pelos estudantes da Cornell na época, como Bob Marley, Jerry Seinfeld e Martin Luther King Jr, e até mesmo quando usavam uma camiseta com a foto do cantor de rap Vanilla Ice, com os dizeres: “Ice, Ice, Baby.”
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O ser humano é realmente orgulhoso e acredita facilmente que “todos estão de olho nele.” Felizmente para alguns, e infelizmente para outros, raramenteas pessoas notarão o seu novo corte de cabelo, a blusa que está vestindo pela primeira vez, os resultados do último procedimento estético que você fez (a não ser que o seu rosto tenha ficado assimétrico), o pelo que está escapando para fora do seu nariz ou o novo design das suas unhas. Da mesma forma, muitas pessoas devem se tornar céticas às suas percepções de que “todos estão tentando me derrubar” ou que “meus vizinhos têm inveja de mim e percebem cada passo que eu dou.”
O Efeito Holofote deixa claro que as outras pessoas estão muito preocupadas com elas mesmas para se importarem com o seu visual ou com o que você faz.
Faça um favor para o seu bem-estar e viva uma vida mais leve!
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Um grande abraço,
Luiz Gaziri
Professor de Pós-Graduação na Unicamp e FAE Business School
Autor de “A Arte de Enganar a Si Mesmo, “A Ciência da Felicidade”, “A Incrível Ciência das Vendas” e “Os Sete Princípios da Felicidade.”
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